domingo, 21 de junho de 2009

Modular bench


A japonesa Shikuka Tatsuno estudou desde 2005 na Universidade de Kingston em Londres, especializada em mobiliário. O ano passado valeu-lhe a nomeação no 100% Design Tokyo. Trata-se de um banco que através de alguns acessórios pode ser transformado em chaise-longue ou em sofá com mesa auxiliar. A alguns lhes parece que poderia ter acrescentado mais elementos, já que a ideia base dá para desenvolver bastante, eu acho que é em muitas das coisas simples onde está a riqueza!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Mas afinal de que se trata a semiologia?

A Semiologia é a ciência que estuda os princípios gerais que regem o funcionamento dos sistemas de signos (ou códigos). Trata-se de uma disciplina de âmbito geral, no interior da qual se inscreve o estudo de todo e qualquer sistema codificado de comunicação, como os ritos simbólicos as  formas de etiqueta e civilidade, os sinais militares, o código alfabético dos surdos-mudos, etc.

Todo o acto de comunicação apresenta um carácter ou função social. Uma mesma frase, pode ter formas: afirmativa, negativa, ou tipos: interrogativo, declarativo, imperativo, exclamativo. Num certo sentido, a comunicação é uma tentativa de organizar o real. No entanto o conceito de comunicar não é  preciso, nem rigoroso, nem universal, do ponto ponto de vista linguístico. Se é verdade que todo o ser «falante» pode tentar captar o real e até traduzir a sua «visão do mundo» através de signos articulados (as palavras, por exemplo), não é menos verdade que os meios, de que se serve para alcançar esse objectivo, são infinitamente variáveis.

sábado, 6 de junho de 2009


Dieter Rams (20 de Maio de 1932Wiesbaden) é um designer industrial alemão principalmente ligado à empresa Braun. É um dos mais influentes designers do século XX. Rams estudou arquitectura na Escola de Wiesbaden e até fez cursos de carpintaria. Após ter trabalhado para o arquitecto Otto Apel entre 1953 e 1955, passou a integrar o sector eletrónico da Braun, do qual se tornou director mais tarde em 1961, posição que manteve até 1995. O design de Rams é associado à frase "Weniger, aber besser", que significa "menos, mas melhor", (que já foi muito debatido na aula de teorias) e que ele teria usado uma vez para explicar seu conceito. Dieter e sua equipa desenharam diversos produtos para a Braun, incluindo um famoso toca-fitas chamado SK-4 e um projector de slides de alta tecnologia, a série 'D' (D45, D46).

Muitos de seus produtos entre cafeteirascalculadorasrádios, equipamentos audio-visuais e produtos de escritório - tornaram-se peças fixas de vários museus, incluindo o MoMA, em New York. Por aproximadamente trinta anos, Dieter Rams trabalhou como director de design da Braun, até ao seu retiro, em 1998. Hoje é uma lenda nos círculos de design e mais recentemente trabalhou para a revista Wallpaper.

Ainda, diz-se que o design de Rams influenciou o de Jonathan Ive, da Apple, designer de produtos como o iMac, o iPod e o iPhone. Pode-se ver a semelhança entre os productos da Apple e os de Rams...Afinal não é só a moda que recicla, até as novas tecnologia o fazem! Desta maneira, mantêm-se vivos até muitos ideais!

domingo, 31 de maio de 2009

Organic Design


Ao investigar uma outra coisa que por acaso não tinha nada a ver com teorias do design, depareime com o tópico "organic design", que pelo nome em si dava para perceber o que era, contudo decidi aprofundar o tópico. Eis o que descobri sobre o que é realmente "organic design":

It needs:
  • "Good design”: design which respects the users. It’s the basic concept of form follows function, but with a few extra twists.
  • The influence of nature. Nature is governed by the interaction of forces, and organic design recognizes the forces that arise from the needs of the users and in turn shape the design.
  • The process of evolution. There’s no need for each design to be completely new. Designs improve upon what has gone before, until they are refined to the point where those designs become timeless.
  • An awareness of the finished product as a unified whole, where every aspect of the design contributes to the final outcome.

The term organic design was popularised by master architect Frank Lloyd Wright, who argued that form and function were one. He did not design according to style. He designed according to function and allowed the style to emerge. He was never a slave to tradition, never doing something simply because it had “always” been mindlessly done that way.

Organic design has always been about sensitivity. Subsequent to Wright, the organic design movement has become sensitive to ecological issues. Modern organic design takes into account energy conservation, uses natural materials, emphasizes renewable resources and recycling, supports local economies and results in healthy buildings.

Organic design is not a monolithic movement; it’s diverse and sometimes perverse. It’s frequently controversial and certainly unusual. It’s the antithesis of the right-angled box designs which dominate modern building.

An early exponent of organic design was German philosopher Rudolf Steiner. His buildings tended to be free of sharp elements and featured muted but harmonious natural finishes. 

The term organic design is most commonly applied to architecture, but it is also found in other aspects of design: art, furniture, industry and even typography.

sábado, 23 de maio de 2009

Antidesign


Houve aí uma aula em que o professor dividiu a aula em dois grupos e pusemo-nos a debater se "Design é arte" ou "Design não é arte". Foi bastante interessante; mas mais do que ser o não ser arte, eu acho que o design é ideal para nos expressarmos, e para fazer tal, por vezes temos que nos afastar dos valores estéticos, lúdicos e poéticos. É exactamente por isto que fui investigar e descobri o "antidesign", mais propriamente dito, o "antidesign italiano" que menosprezava do paradigma funcionalista. Sentia-se a crise profunda do funcionalismo. O design é uma obra aberta. Na poltrona com otomana de Pesce que representa uma mulher sentada, podemos perceber como o valor simbólico recupera um primado provocador, o que se vê já não é apenas a dimensão utilitária do objecto, é a auto-expressão, o humor que está na base do design antidesign do grupo Alchimia (fundado em 1976). Afirmações que evoluíram para o pós-modernismo.

sábado, 16 de maio de 2009

Waldi, the cool dog


Quando no outro dia o professor falou sobre esta personagem caricata, decidi investigar. Chama-se Waldi e foi a primeira mascote oficial a ser criada para os Jogos Olimpicos de verão em Munique em 1972. Ele representa as características requeridas para atletas - resistência, tenacidade e agilidade. O Waldi foi concebido por Otl Aicher e modelado a partir de um cão real, um Dachshund de pelo longo que se chamava Cherie von Birkenhof. A cabeça e cauda eram azuis e o corpo tinha faixas com as outras cores olímpicas.É tão giro!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Tomás Maldonado


“O Design industrial é uma actividade produtiva que visa a constituição de um ambiente material coerente capaz de satisfazer as necessidades materiais e espirituais do ser humano”. Tomas Maldonado, O design industrial

sábado, 9 de maio de 2009

Teoria do Caos

A Teoria do caos, para a física e a matemática, é a teoria que explica o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos. Em sistemas dinâmicos complexos, determinados resultados podem ser "instáveis" no que diz respeito à evolução temporal como função de seus parâmetros e variáveis. Isso significa que certos resultados determinados são causados pela acção e a interacção de elementos de forma praticamente aleatória. Para entender o que isso significa, basta pegar um exemplo na natureza, onde esses sistemas são comuns. A formação de uma nuvem no céu, por exemplo, pode ser desencadeada e se desenvolver com base em centenas de factores que podem ser o calor, o frio, a evaporação da água, os ventos, o clima, condições do Sol, os eventos sobre a superfície e inúmeros outros.

Além disso, mesmo que o número de factores influenciando um determinado resultado seja pequeno, ainda assim a ocorrência do resultado esperado pode ser instável, desde que o sistema seja não-linear.

A consequência desta instabilidade dos resultados é que mesmo sistemas determinísticos (os quais tem resultados determinados por leis de evolução bem definidas) apresentem uma grande sensibilidade a perturbações (ruído) e erros, o que leva a resultados que são, na prática, imprevisíveis ou aleatórios, ocorrendo ao acaso. Mesmo em sistemas nos quais não há ruído, erros microscópicos na determinação do estado inicial e actual do sistema podem ser amplificados pela não-linearidade ou pelo grande número de interacções entre os componentes, levando ao resultado aleatório. É o que se chama de "Caos Determinístico"


Don't you just love caotic?

sábado, 2 de maio de 2009

Mies van der Rohe



Ludwig Mies van der Rohe, nascido em AachenAlemanha27 de Março de 1886 foi um arquiteto alemão, naturalizado nos EUA e considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX, podendo ser colocado no mesmo nível de Le Corbusier ou de Frank Lloyd Wright.

Professor na Bauhaus, foi um dos formadores que ficou conhecido pelo International style, onde deixou a marca de uma arquitectura que prima pela clareza e aparente simplicidade. Os edifícios da sua maturidade criativa fazem uso de materiais representativos da era industrial, como o aço e o vidro, definindo espaços austeros mas que transmitem uma determinada concepção de elegância e cosmopolitismo. É famoso pela sua interpretação pessoal, patente na sua obra concreta, dos aforismos, que não são da sua autoria, less is more (em alemão,Weniger ist mehr) e "God is in the details" ("Deus está nos pormenores").

Mies van der Rohe procurou sempre uma abordagem racional que pudesse guiar o processo de projeto arquitectónico. A sua concepção dos espaços arquitetônicos envolvia uma profunda depuração da forma, voltada sempre às necessidades impostas pelo lugar, segundo o preceito do minimalismoLess is more.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Reclining chair Van de Velde



Ao ter ouvido um tal de Henry Van de Velde fui investigar que mais é que fazia este senhor... Parece que até um site tem só para ele, e cheio de coisas engraçadas! Creio que para a altura, o senhor pensava muito a frente. Encontrei como exemplo esta cadeira particular que ele até fazia questão de usá-la na própria casa pois era uma das suas obras preferidas..nada melhor para testar se realmente funciona! Em baixo vai a história da cadeira.

Designed in 1903/04 by Henry van de Velde for his own Weimar flat, this piece of furniture illustrates the principles of his New Style. The elegance and modern look of this model are linked with comfort, a quality totally lacking in all other seat furniture of this stylistically confused period. The back can be adjusted by means of a horizontal metal rod that fits into mortises, a beautifully simple solution. The design is modern in the best sense of the word, ‘American’, an ironical swipe at the reproaches made to the artist that, in transplanting the relaxing luxury of the sundeck of a transatlantic liner to the elegant European drawing-room, he had succumbed to the ‘yachting style’.
He had this piece made for himself in chic cream lacquer with loose upholstery in a plain colour to match the rest of the gleaming white sofas, tables and chairs in his drawing-room. It was also delivered to clients in hardwoods with lavishly patterned fabric and leather upholstery.
Dating from the period when his creative powers were at their height, this model was a personal favourite of Henry van de Velde’s. The two exemplars he owned himself went with him on at least seven times when he moved, accompanying all stages of his long voyage through life. Bought from the estate of his only son,Thyl, they are now highlights of the most important van de Velde collection in his native Belgium, in the Ghent Museum for the Applied Arts. Only three other exemplars are extant: in a private collection and in the Städtische Kunstsammlung Chemnitz.  


domingo, 26 de abril de 2009

quarta-feira, 22 de abril de 2009

The Cardboard House - modern architecture flor plan


The Cardboard House represents the reduction of technology and the simplification of needs. By demonstrating that we are able to recycle 100% of the building components at extremely low cost, the Cardboard House is a direct challenge to the housing industry to reduce housing and environmental costs.

Stutchbury and Pape, working in association with the Ian Buchan Fell Housing Research Unit at University of Sydney, see this project as a genuine temporary housing option.

A cardboard house places the least demand on resources and encourages people to shift their preconceptions about the “typical Australian house”. Many Australians enjoy camping on their holidays, easily shifting their lifestyle from the rigidity of the urban home to the freedom of the campsite.

Being extremely low cost and transportable, the Cardboard House could be used in a wide variety of applications. You could live in one while your permanent house is being built or renovated, for emergency housing, or for short-term accommodation.

terça-feira, 21 de abril de 2009

"Play becomes joy, joy becomes work, work becomes play" - Johannes Itten


Itten foi também um dos grandes professores da Bauhaus. O seu método de ensino enquadrava-se com aquele da escola, e tendia o seu ensino para a área das cores e como estas se comportavam.

"First "Spiritus movens" of the Bauhaus

Johannes Itten was a Froebel trained elementary school teacher. After training in Geneva and Stuttgart, Johannes Itten settled in Vienna in 1916 where he taught at his own art school. He met Walter Gropius who, in 1919, invited him to join the Bauhaus which he had recently established in Weimar, the German capital. The Bauhaus was founded by the combining of the Weimar Art Academy, and the Weimar Arts and Crafts School. Students at this new school were trained by both an artist and a master craftsman.

Mein Vorkurs am Bauhaus

Itten started the Bauhaus Vorkurs, the preliminary or foundational course with its emphasis on unusual uses of common materials. Students were presented with discarded materials (wire mesh, cardboard, newspapers, matchboxes, phonograph needles and razor blades) and instructed to basteln; to improvise something. Other assignments involved the study of materials. Wood, feathers, mosses, hides had to be looked at, touched and drawn until they were known by heart and could be from memory. The idea was to transcend realistic reproduction to achieve an interpretative design instead of a mere imitation.

It is said that this method was influenced by Friedrich Froebel's pedagogy of "education through play". Itten represented the central person of the early Bauhaus years. He influenced the first era of it. The foundational course established by him came out to be decisive for the teaching program of the school.

"At the Bauhaus, artistic and technical media was taught systematically and thoroughly for the first time. The aim of my instruction in the Vorkurs (basic design course) was education to form the creative individual. This new method became famous throughout the world." Johannes Itten

"Play becomes joy, joy becomes work, work becomes play". Johannes Itten

Itten developed a general theory of contrast, the main theme of which was the "clair / obscure contrast", as the basis for this course. This was treated in various assignments: first in the form of checker-board patterns, then in abstract and finally in realistic works. Classical pictures were also analysed with the same aim in mind. By dividing it up into squares, the student was induced to work through the entire area of the picture with awareness, and to make a new decision each time regarding the respective grey value.

Itten initiated mandatory form and color education for Bauhaus students. He taught there until 1923, essentially on the concept of creation, focussing on form and color and in the process developing his theories on color and the color circle. In March 1923, Itten left the Bauhaus because Gropius no longer approved of his teaching methods - in particular of the preparatory meditation exercises and the Far-Eastern mysticism which this presupposed. Itten's departure was the first symptom of a general re-orientation of the school. The "romantic" or as others have called it, the universalistic era, came to an end.

Johannes Itten wrote several books regarding theories of color. The most influencial was The Art of colour. The book deals with contrast, saturation and hue. Itten bases his theory on science and techniques of the masters. He created color wheels, stars, triangles and spheres to support his points. The color wheel was later incorporated into many systems including computer operating systems, in which it orgainizes color.

Itten established a structural approach to the study and use of color based primarily on the light-dark opposition. The cold-warm contrast is probably the most important. The red-yellow color range is warm and the blue-green range is cool. Itten also cites complementary and simultaneous contrasts.

His artistic endeavours sought to achieve an all-encompassing artistic production. He was later to teach in Berlin, Krefeld and Zurich where, after his retirement, he produced a considerable part of his work. Johannes Itten died in Zurich in 1967."

sexta-feira, 17 de abril de 2009



Chegámos no outro dia à aula e tinhamos um monte de jornais no meio da sala com uma mensagem que dizia simplesmente "Façam Design". Ficámos a olhar para aquilo e sem saber muito bem o que iriamos fazer pusemo-nos a recortar e colar. Passados 20 minutos parei e comecei a pensar...Design...O que é que eu vou fazer com meia dúzia de jornais canetas e cola? Já havia pessoas a fazerem composições e outras a planear candeeiros e até sofás! Peguei numa cartolina e fiz a primeira coisa que me veio à cabeça: um "quantos-queres". Quando era pequena achava que o meu destino dependia numa coisa destas. O numero que eu iria decidir "quantos-queria" ia ser o que iria definir o meu futuro! Eventualmente diria "Vais-te casar com um príncipe" ou então "Hoje vais ficar de castigo" e conscientemente ou não, acabaria por planear as coisas de modo a que de uma maneira ou outra isso poderia até acontecer!
O meu "quantos-queres" contemporâneo iriam ser vários, e cada um com características diferentes. Só cheguei a concretizar um: era cor de rosa e simbolizava o positivismo. A relação que eu faria com o design seria que nós somos aquilo que temos, somos as decisões que tomamos e com quem estamos. Ao ter escolhido o "quantos-queres" rosa, isso já encaixaria a pessoa num certo segmento, com certas pessoas e um certo estilo de vida. No dia-a-dia não tomamos perfeita consciência destas escolhas nem nas suas consequências, o que torna tudo bem mais interessante e de certo modo fácil para encontrar onde pertencemos o design serve também de ferramenta para clarificar o caminho.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Português premiado nos EUA por sistema que poupa energia nos aparelhos em "standby"



"Um professor do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) foi premiado nos Estados Unidos da América por ter desenvolvido um protótipo para poupar energia nos aparelhos em modo standby, divulgou hoje a instituição de ensino superior.

De acordo com o gabinete de imagem do IPB, o docente Pedro João Rodrigues criou um sistema que detecta o modo "standby" dos equipamentos electrónicos e corta a corrente eléctrica quando esta não for necessária. Os televisores são alguns dos equipamentos onde este sistema pode ter utilidade já que quando desligados apenas no comando continuam a consumir energia.

O protótipo desenvolvido pelo docente português foi baptizado com o nome de "Intelligent Standby Energy Saver" e estima-se que possa reduzir em dez por cento o consumo doméstico de energia eléctrica. Segundo o gabinete de imagem do IPB, esta estimativa equivaleria a uma redução mundial das emissões de CO2 correspondente a um terço das emissões dos Estados Unidos da América.

O trabalho foi premiado pela edição de 2008 do "Live Edge - Electronic Design for the Global Environment Challenge", que distingue projectos originais e inovadores de todo o mundo, que façam uso de componentes eléctricos e/ou electrónicos e que tenham um impacto positivo no meio ambiente.

O prémio corresponde a 25 mil dólares em dinheiro e contempla também apoio prestado por especialistas para a produção industrial e a comercialização do produto criado pelo vencedor. O galardão é promovido pela Premier Farnell e suas aliadas Farnell Newark, Premier Electronics, Farnell-Newark CPC e MCM, líderes mundiais na distribuição de componentes electrónicos.

Segundo o gabinete de imagem do IPB, o sistema desenvolvido pelo docente português analisa os consumos eléctricos dos equipamentos, através de um algoritmo de inteligência artificial implementado num microcontrolador, conseguindo distinguir o modo "standby" do modo de funcionamento normal, mesmo quando na presença de padrões de consumo complexos. O sistema inclui ainda sensores para detectar alterações no ambiente envolvente, de forma a garantir o fornecimento de corrente aos equipamentos sempre que necessário."

Porque o design não é só inventar coisas novas e "meter" mais no mercado; é também inovar aquilo que já existe e tornar mais fácil a vida, reciclando, renovando ou reutilizando.

domingo, 29 de março de 2009

Guerrilla Gardening


Descobri um artigo super interessante naquela revista "DIF" distribuida gratuitamente pela cidade de Lisboa. É sobre Guerrilla Gardening; para quem não sabe o que significa, aqui vai:

"Numa lógica macroeconómica de dimensão mundial, os tempos de crise são também tempos de oportunidade. Num contexto de urbanismo compulsivo e desenvolvimento desenfreado da construção civil, é por isso natural que surjam novas (ou renovadas) formas de manifestação de ideias. Seja ela política, social ou puramente estética. Há muito que são conhecidas as intervenções urbanas de activistas como squatters e writers/stencil artists. O que por ventura muita gente não imaginará é que esse espírito insurrecto se pode manifestar (e manifesta) também através da jardinagem. Exactamente, a perigosíssima actividade de jardinar.
 Como muitas outras manifestações contra-culturais, o Guerrilla Gardening tem na sua génese uma questão tão secular quanto a propriedade da terra. Parte, precisamente, do princípio comunista da distribuição justa dos recursos naturais e do seu aproveitamento para o bem comum. Este tipo de jardinagem, praticada normalmente durante a noite para evitar a repressão policial, toma forma em todo o tipo de espaços: privados, camarários, duvidosos, etc.. E é assim que, um pouco por todo o mundo, há grupos de pessoas (neste caso, referir apenas jovens é francamente redutor) que fazem nascer todo o tipo de flora de um dia para o outro: das hortas às flores mais exóticas, das árvores de fruto às flores mais corriqueiras. O que fazem, não obstante cumprirem uma tarefa que qualquer comunidade civilizada agradeceria, é crime contra a propriedade. 
Os guerrilla gardeners, como qualquer organização urbana com sede no submundo, têm formas diversas de proteger a sua actividade e, no limite, a sua própria pele. Nesse sentido, têm armas como quaisquer guerrilheiros, sendo que as mais comuns são as intituladas seed bombs (ou seed grenades), ou bombas de sementes. Quais cocktails molotov, as seed bombs são lançadas com um objectivo, embora pacífico: espalhar em segurança, frequentemente a partir de um carro em andamento, as sementes de nova vida vegetal. Para fazer seed bombs basta pesquisar na internet, mas vá já sabendo que dá jeito ter sementes, terra, adubo, fertilizante natural, por vezes estrume, e eventualmente alguma argila. Depois, é fazer bolas como as de areia na praia. E, claro, lançá-las no alvo com a esperança de que dali nasça vida nova. Apesar dos princípios políticos com que nasceu (a primeira referência a Guerrilla Gardening remonta a 1973, Nova Iorque), esta jardinagem activista confunde-se hoje com a simples intervenção estética e ambientalista junto das urbes cinzentas. Mais do que reclamar a distribuição justa da propriedade, os jardineiros de guerrilha vivem o sonho de transformar as cidades em locais muito mais agradáveis e saudáveis para viver. De resto, é um princípio comum a muitos outros artistas que, nas últimas décadas, viram as suas actividades passarem a ser precedidas do termo “guerrilla“. 
Esta mudança no livro de intenções fica perfeitamente demonstrada quando, numa simples pesquisa no inevitável YouTube, ao termo “Guerrilla Gardening” surge associada a Adidas e a sua linha Adidas Grün. A Adidas dificilmente faria política, apesar de atenta a tudo quanto seja manifestação juvenil. É simples, posto isto, ver este como um ponto de definição para o fenómeno Guerrilla Gardening. Ou a coisa permanece ilegal/subterrânea e corre o risco de perder a sua real importância, além dos seus praticantes; ou é legalmente assimilada e regulamentada pelos maiorais das cidades do mundo, perdendo toda a sua razão de ser. Mas enquanto dura, é coisa de grande beleza. Tanto estética como moral."


Engraçado como nem tudo o que é contra a lei é moralmente incorrecto, não é?